Sobre a voluptuosidade do prazer
O desejo, essa chama descomunal que rapidamente se apossa de mim Que me queima o corpo por fora E rasga fugaz os órgãos que trago comigo Se apodera do meu fluxo sanguíneo E ocupa os rincões mais inóspitos que povoam a geografia corpórea que me dá existência De pronto, após o corpo deixado em pleno extasie desmesurado E haver percorrido os caminhos molhados mais insanos do amor O desejo se despede velozmente e me deixa o corpo inteiramente nu A fúria inexorável do frenesi sexual, porém, não se detém Se metamorfoseia em outras formas de intensidade Estou convicto de que no próximo instante de fugacidade O apetite do amor baterá as portas de minha casa uma outra vez Para consumar uma outra orgia, Vontades de comungar gostos, línguas e libidos, Volúpias e excreções